19.3.08

As Mulheres e a Matemática ou a História de Sophie Germain


por Pedro Luis Kantek Garcia Navarro- GAC

Através dos séculos as mulheres têm sido desencorajadas a estudar matemática. Apesar das dificuldades, houve diversas que se sobressaíram em seus campos. A nossa ciência (a informática) tem a "sua" mulher: Lady Ada, filha do poeta Byron. Trabalhando anos a fio com Charles Babbage, Ada escreveu o que viriam a ser os primeiros programas de computador da história. Isso em pleno século XIX, muito tempo antes de existir o primeiro computador. Hoje ela é homenageada com a linguagem ADA, em uso pelo Dod americano, entre outros. Mas o assunto aqui é Mlle Sophie Germain, uma francesa, matemática da pesada, a quem se deve um importante trabalho na área da teoria de números. Há até uma família de números primos chamados Primos de Germain, na forma 2p+1, onde p também é primo. Na área da física, Germain desenvolveu a teoria da elasticidade dos materiais. Sophie nasceu em 1776, filha de um negociante, bem de vida, mas longe da nobreza. Nessa época a matemática estava vedada às mulheres, mas como o assunto poderia surgir em um salão social, as mulheres tinham que ser treinadas para poder falar nisso. Surgiram assim obras que pretendiam explicar a matemática para o "cérebro feminino". Teve um livro de Francesco Algaroti que explicava o trabalho de Isaac Newton para mulheres. Como se pensava que estas estavam interessadas apenas em romance, o livro é um diálogo entre uma mulher e seu namorado. O homem fala dos princípios físicos, enquanto a mulher retruca com exemplos amorosos. Devia ser uma leitura chata pra burro. Sophie se encantou pela matemática ao ler, em um livro, a vida de Arquimedes. Mais do que a vida, a morte de Arquimedes. Pois, já aos 70 anos, estava Arquimedes olhando uma figura geométrica desenhada na areia da praia, quando um soldado romano, participante das tropas que recém haviam invadido Siracusa, quis saber o que aquele velho estava fazendo. O velho dirigiu-se ao soldado e não fez nenhum caso da interrupção. Deve ter dito algo assim como "Não encha o ...". O soldado não se fez de rogado e meteu a espada na barriga de Arquimedes, matando-o. Sophie pensou que se algo era tão absorvente e inebriante deveria valer a pena estudá-lo. Artigo completo...


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